sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

É perfeitamente normal que qualquer trabalhador ao ver mudanças no seu estatuto ou condições normais de trabalho reaja.Aliás muitos de nós somos adversos à mudança, vemos com desconfiança a mais singela alteração no nosso dia-a-dia. Por este prisma consigo perceber algumas manifestações de descontentamento por parte dos professores.

No entanto, parece-me excessivo e até desadequado algumas das “exigências” que solicitam. A classe dos professores face à media dos portugueses não é assim tão mal paga, é normal que haja alguns vínculos mais precários já que é impossível ao Estado, absorver todos os novos licenciados que optam por cursos em que a única saída é o ensino e, em que cada vez a população é mais envelhecida e por isso com menos estudantes.A função dos professores é ensinar, tal como dos médicos é a medicina, a gestão deve ficar para quem tenha capacidade para tal, não me parecendo que por estarmos perante uma escola, que o presidente tenha que ser um professor. Compreendo que se preze a autonomia das escolas e dos professores, mas claramente no ensino público as regras e definição do modelo e do que se vai ensinar, tem que partir do Estado, para garantir iguais condições a todos os alunos. Aos professores cabe o conselho pedagógico, não necessariamente o executivo ou directivo.
Não se pode exigir regras ao ensino privado, quando o público nem de perto nem de longe mantém as mesmas exigências.

Parece-me que os professores possam ter razão em alguns pontos da sua contestação, no entanto, criticando toda e qualquer medida apenas transparece para a opinião pública uma classe que corre atrás do poder e controle das escolas, com medo das avaliações e de estar sujeito ao controle da sua entidade patronal, afinal de contas, o Estado.