quarta-feira, 3 de setembro de 2003

Pedintes

O meu local de trabalho é próximo da Avenida da Liberdade em Lisboa e, como me desloco para lá de transportes públicos e subo a Avenida a pé, muitas vezes encontro pessoas a pedir.
Não sei a necessidade de cada uma. Alguns andam de muletas, outro não tem pernas, há ainda quem se apresente com miúdos pequenos, para além dos arrumadores de carros ainda que de uma forma indirecta.
Realmente se alguns apresentam deficiências físicas que os impossiblitem de trabalhar e a pensão que o Estado dá não chega para sobreviver, outros há que não entendo porque não tentam arranjar emprego. Claro que está difícil arranjar emprego, claro que há muitos à procura do mesmo, mas também é verdade que nem todos estamos para nos sujeitar a certos tipos de empregos. Nem todos gostavamos de ser cantoneiros, mulher ou homens a dias ou outro qualquer emprego considerado de baixo ní­vel se assim quiserem chamar.
No entanto estas mulheres e estes homens em idade activa, com condições de saúde que permitem trabalhar não poderiam ser úteis à  comunidade? Talvez as camaras pudessem recolher estas pessoas para trabalharem para eles, a tratar de jardins, a fazer a limpeza, invés de contratar porventura empresas privadas.
Eles existem em todos os países mas tal como se realoja pessoas, talvez se pudesse "reciclar" pessoas para o mercado de trabalho.
Os que não aceitassem deviam ser punidos ou multados sempre que fossem apanhados. Sendo as que usam as criançasas mais penalizadas.
Muitos deles são sem abrigo, pelas mais variadas razões, que dormem nas arcadas e escadas de museus e prédios. Com tantos prédios devolutos não era possí­vel à  camara arranjar um espaço para um centro para estas pessoas, tal como feito nas noites frias deste Inverno.
Sinto-me triste quando vejo campanhas de solidariedade para outros países, não que eles não precisem, e se esqueçam dos nossos.

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